Passeando pelo blog da Alcinéia Cavalcante, vi um post de uma frase do Mário Quintana, e bateu uma saudade de ler aquelas palavras leves do poeta que muitas vezes acompanhou meus conflitos adolescentes (na adolescência a termo, não nessa agora - totalmente fora de hora - em que me encontro).
Mário Quintana, para quem não sabe, tentou três vezes uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou, e escreveu seu conhecido Poeminha do contra:
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho
Eles passarão...
Eu passarinho!
Dele também é um poema singelo e muito bonito sobre a tristeza:
Eu Escrevi um Poema Triste
Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!
Desse jeito, ficar triste parece leve, um exercício de abstrair-se e deixar-se ir, sem brigar contra os acontecimentos... Lindo...
2 comentários:
Menina, na correria nunca entro na caixinha de comentários, mas todos os dias te visito, pois adoro teu blog. A tua poesia que encanta e aquieta a alma da gente.
Tenha uma bela semana, terna como um poema.
Que coisa boa de ler de manhã cedo!... Obrigada, me sinto honrada com suas palavras.
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