Duas horas da tarde de um verão absolutamente tórrido no hemisfério sul. Carros, pessoas, cachorros, tudo vagarosamente preguiçoso. Tarde que parecia se arrastar, suada. Do outro lado do mundo ouve-se um hip hop. Amanhã é fim do mês também na Suíça, na Inglaterra, na França. Pessoas se acotovelarão também lá nas filas de banco? Toca um telefone qualquer na China e eu não consigo ouvir precisamente o que falam. Algo sobre uma criança que morreu de fome na Namíbia. Ou teria sido no Piauí? Li no jornal que um jovem americano suicidou-se tomando veneno num copo da Coca-Cola. No verão tudo é mais trágico. Alguém se afogou em Palmas de Mallorca, e era inverno na Rússia. Frio de congelar até o beijo daquele espanhol que mora atualmente na Polônia e serve cafezinho na embaixada da Noruega. É quente no Rio de Janeiro, e deslumbradas mulheres canadenses desfilam de fio dental em Copacabana, mais parecendo camarões tostando ao sol. Sol que nasce quadrado na penitenciária de Tel-Aviv, onde está detida aquela estudante peruana que matou acidentalmente um iraniano naturalizado argentino em território israelense.
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