quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Agonia...

Depois de meses de escaldante solidão o súbito oásis. Súbito, abençoado e sonhado oásis. Entre os teus lábios sedentos afoguei-me, e quase perdi a consciência. Meses. Meses sem tua presença. Sem teu calor. Sem a vida que lateja em cada movimento teu. Quase a morte, indubitavelmente. Quase a morte. Então, quando consegui avistar-te novamente quase perdi os laços da consciência. E o beijo. Ah, o beijo... Forte, sedento, aguardado, ansiado. Nada em minha volta tinha a menor importância, tudo despiu-se de qualquer resquício de sentido ao sentir tua boca na minha depois de tão infeliz jejum. O coração queria escapar pelos dedos. Nada era tão presente quanto teu toque. A solidão traz fantasmas para habitar a alma, e eu abriguei os mais horrorosos na minha. Tinha gosto de luz de abajur minha boca. Tinha ânsia de nunca mais. Meses. As dúvidas podem contaminar por meses a fio os pensamentos bons, disfarçá-los em noites de chuva e guardá-los num desejo. Eu desejei ver-te. Ansiei por teus beijos. Chorei por teus toques. Que finalmente vieram. Depois de trovoadas e tempestades interiores, é certo. Mas que ao menos tiveram a felicidade de voltar.

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