Imagética
(Augusto Oliveira)
Imagina só a imagem:
Diziam muitos, antigamente,
Que a alma, de quem se deixasse ser fotografado,
Era seqüestrada, confinada na fotografia.
Nos sais de prata confinei teu corpo
Porquanto eu queria, numa câmara escura,
Retratar-te com a tinta do sol
Impressionada, fixando-te às minhas tramas,
Como quem prende o tempo nos minúsculos velhos monóculos
Ou retém os risos e roupas em álbuns de família
Mas, diferente do que pensavam os antigos,
No retrato do teu corpo
Minha alma presa é que ficou impregnada!
Imagina só a imagem:
Diziam muitos, antigamente,
Que a alma, de quem se deixasse ser fotografado,
Era seqüestrada, confinada na fotografia.
Nos sais de prata confinei teu corpo
Porquanto eu queria, numa câmara escura,
Retratar-te com a tinta do sol
Impressionada, fixando-te às minhas tramas,
Como quem prende o tempo nos minúsculos velhos monóculos
Ou retém os risos e roupas em álbuns de família
Mas, diferente do que pensavam os antigos,
No retrato do teu corpo
Minha alma presa é que ficou impregnada!
Augusto Oliveira tem um extenso currículo, mas pra mim uma coisa importa muito mais que todos os seus títulos: ele é meu amigo. Um amigo muito querido, que tem o dom de encantar quando escreve.
2 comentários:
Oi Lilian,
Não conhecia o Augusto Oliveira. Obrigada por compartilhar conosco!
Gostei do poema dele. E você, como sempre, perfeita na combinação de imagem com a poesia.
Abraços,
Iêda
Não conheço. Adorei. Uma delicadeza, uma sutileza, uma vontade de chorar, de tanta emoção...
Beijos, minha linda, com carinhos e aroma de rosas, do João
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