A primeira vez que levou um fora já estava na faculdade. Adolescente bonita, saia sempre a deixar musculosas coxas à mostra, atraía olhares por onde passava. Não tinha pudores de se valer dos dotes físicos (leia-se coxas duramente esculpidas no leg press, abdome tipo tanquinho, bronzeado sempre em dia, boca carnuda e cabelos curtos sempre meio despenteados, o que também lhe dava um ar meio rebelde) para conseguir o que queria.
Dessa vez encantou-se por um amigo do seu pai, professor de matemática financeira, ar sério mas, ela pensava, certamente guardava um selvagem dentro de si, já arquitetando um plano para ficar a sós com ele. Porque todo cara com essa carinha de bom moço esconde um selvagem prestes a morrer de claustrofobia, precisando desesperadamente de alguém que o liberte.
Já antevendo os momentos ardentes que passariam em alguma sala vazia depois do horário das aulas, começou a colocar seu plano em prática. Todo dia era um tal de cruzar as pernas na frente dele, abaixar-se na mesa dele com o pretexto de tirar dúvidas (que nunca existiram), mas deixando que ele visse o início dos seus seios enquanto balbuciava uma explicação. Ah, glória... Era só uma questão de tempo. Uma quarta-feira antes do fim do semestre encontrou-o sozinho no estacionamento da faculdade. O coração disparou. Ele abriu o carro, ela entrou. Ele, estupefato. Ela, confiante. “O que aconteceu, Luíza?” “Você sabe, eu quero você. Quero muito. E sei que você também me quer”. Era isso. Tudo ou nada.
Ele sorriu, cândido. Ela desarmou-se, pasma. “O que foi? Você não me quer?” Segurando o sorriso para não ofendê-la ele respondeu: “Eu sou casado, você sabe” “Não tenho ciúmes” ela retrucou, tentando recuperar a confiança.
“Você não, mas meu marido tem” ele respondeu, antes de abrir a porta do carro para ela sair. Ofendidíssima. A primeira vez que ela levou um fora. Pelo menos não tinha sido por sua causa, pensou, já caminhando de volta para a faculdade para falar com o professor de Lingüística. Aquele sim, um selvagem...
Dessa vez encantou-se por um amigo do seu pai, professor de matemática financeira, ar sério mas, ela pensava, certamente guardava um selvagem dentro de si, já arquitetando um plano para ficar a sós com ele. Porque todo cara com essa carinha de bom moço esconde um selvagem prestes a morrer de claustrofobia, precisando desesperadamente de alguém que o liberte.
Já antevendo os momentos ardentes que passariam em alguma sala vazia depois do horário das aulas, começou a colocar seu plano em prática. Todo dia era um tal de cruzar as pernas na frente dele, abaixar-se na mesa dele com o pretexto de tirar dúvidas (que nunca existiram), mas deixando que ele visse o início dos seus seios enquanto balbuciava uma explicação. Ah, glória... Era só uma questão de tempo. Uma quarta-feira antes do fim do semestre encontrou-o sozinho no estacionamento da faculdade. O coração disparou. Ele abriu o carro, ela entrou. Ele, estupefato. Ela, confiante. “O que aconteceu, Luíza?” “Você sabe, eu quero você. Quero muito. E sei que você também me quer”. Era isso. Tudo ou nada.
Ele sorriu, cândido. Ela desarmou-se, pasma. “O que foi? Você não me quer?” Segurando o sorriso para não ofendê-la ele respondeu: “Eu sou casado, você sabe” “Não tenho ciúmes” ela retrucou, tentando recuperar a confiança.
“Você não, mas meu marido tem” ele respondeu, antes de abrir a porta do carro para ela sair. Ofendidíssima. A primeira vez que ela levou um fora. Pelo menos não tinha sido por sua causa, pensou, já caminhando de volta para a faculdade para falar com o professor de Lingüística. Aquele sim, um selvagem...
3 comentários:
Muito bom! Taí, vc também sabe escrever crônicas!
Ah, adorei! Ótimo final...
bjs
hehehe...
Muito bom!
Tua escrita é ótima, torna-se uma delícia a leitura.
Valeu pela visita, viu?!
Vim retribuir e encontrei um espaço super bacana. Tô indo ler os teus outros posts.
Meu beijo.
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