Colho as palavras que não quiseste tuas
e guardo-as para depois.
Depois:
aquela hora entre a tarde e a noite
quando a solidão pesa
e o vazio abraça o corpo cansado.
Quando as palavras que recusamos
fazem falta
bem como o abraço quente e perfumado
que não mais buscamos.
Essa hora triste e sem graça
que eu espero, vingativa,
atrás da porta.